PSICADEIRO NEWSLETTER SETEMBRO

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Neste mês seguimos com mais duas importantes atividades e já avisamos: em outubro nossas atividades na Sala Beatriz Segall aumentam!

NA SALA BEATRIZ SEGALL DO PSICADEIRO: 05/09, SEXTA-FEIRA 20HS

PRIMEIRA EDIÇÃO DO NOVO PROJETO SARAU DA SEXTA: NELSON AYRES & CONVIDADOS   

Em toda a primeira sexta do mês o maestro, compositor, arranjador e pianista NELSON AYRES recebe convidados para música de primeira e bate-papo descontraído na sala mais aconchegante da cidade! Um espaço intimista e de som cristalino! Neste primeiro encontro NELSON AYRES recebe o violinista RICARDO HERZ com o espetáculo: O VIOLINO FINALMENTE ENCONTRA O BRASIL!  Um repertório musical surpreendente!

Vendas somente pelo Sympla! Link para vendas: https://www.sympla.com.br/evento/sarau-da-sexta-nelson-ayres-convidados/3091421?share_id=copiarlink

Nelson Ayres já integrou o conjunto São Paulo Dixieland Band, o grupo Os Três Morais, atuou nos Estados Unidos com Airto Moreira e Astrud Gilberto.  Fundou o grupo instrumental Pau-Brasil e já participou em concertos e gravações com artistas como Benny Carter, Dizzy Gillespie, Milton Nascimento, Taiguara, Toquinho, Francis Hime, Chico Buarque, Simone, Dori e Nana Caymmi. Em parceria com Monica Salmaso e Teco Cardoso, lançou, em 2011, o CD “Alma lírica brasileira”. Desde 2001 divide a regência da Orquestra Jovem Tom Jobim com Tiago Costa.

Ricardo Herz reinventou o violino brasileiro. Sua técnica leva ao instrumento o resfolego da sanfona, o ronco da rabeca e as belas melodias do choro tradicional e moderno. Com a influência de Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Egberto Gismonti, Jacob do Bandolim entre outros, o violinista mistura ritmos brasileiros, africanos e o sentido de improvisação do jazz.

 O PSICADEIRO TEM MUITO MAIS:

Este evento acontece na SALA BEATRIZ SEGALL na sede do PSICADEIRO, um novo local em São Paulo para a integração entre arte e gastronomia. O VERDI CAFFÈ ocupa o térreo do complexo, único setor para o serviço culinário. A estrutura do PSICADEIRO conta com isolamento acústico total entre a SALA BEATRIZ SEGALL e o espaço gourmet. 

Chegue mais cedo para um jantar, saborear o brunch servido durante todo o dia ou dos quitutes salgados e doces para o café. Assista o show de forma intimista na SALA BEATRIZ SEGALL, parte de cima do complexo, com lotação máxima para 70 pessoas, numa total conexão e respeito entre artistas e plateia.

 As reservas para o Verdi Caffè para antes e depois do espetáculo podem ser feitas pelo telefone: 11-38464966 ou  pelo whatsapp 11-95138-6746.

PSICADEIRO PRODUÇÕES NO TEATRO SERGIO CARDOSO

TERÇA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO ÀS 19 HORAS NO TEATRO SÉRGIO CARDOSO

Neste espetáculo escolhemos canções, poemas, textos e árias que tratam do ENCANTAMENTO. No canto lírico o ENCANTO se traduz em árias e canções com o poder de seduzir e comover. Schumann, Schubert, Mozart, Saint-Saëns e Richard Strauss são os compositores escolhidos para encantar neste espetáculo único. A voz é do mezzo-soprano Juliana Taino. O piano é do maestro Flavio Lago e a narração de Andres Santos Jr. O texto é de José Paulo Fiks.

INGRESSOS NA BILHETERIA OU PELO LINK: https://bileto.sympla.com.br/event/110058?share_id=1-copiarlink

 

PSICADEIRO INDICA:

TEATRO

A peça “Não Me Entrego, Não”, com Othon Bastos, é dessas ocasiões raras em que o teatro brasileiro parece resgatar um nervo exposto da nossa história. E Othon, esse monumento vivo do palco e da tela, empresta ao texto uma gravidade que só um ator com mais de meio século de ofício pode conferir.

Bastos não é um intérprete qualquer, é quase um arquivo da dramaturgia nacional. Desde Glauber Rocha até os palcos contemporâneos, ele atravessou gerações carregando uma intensidade que nunca se acomodou. Em “Não Me Entrego, Não”, seu corpo já marcado pelo tempo funciona como testemunho: cada gesto é memória, cada pausa é resistência.

A encenação não busca concessões ao entretenimento fácil. É quase um libelo, uma pregação cívica, um recado ao país que insiste em esquecer sua história cultural. É um espetáculo necessário!

O texto ecoa como denúncia e como elegia, lembrando que rendição, no Brasil, é um hábito cultivado: rende-se ao clientelismo, à ignorância, ao cinismo cotidiano. Bastos, com sua voz grave e cadência quase bíblica, recusa esse destino. É como se dissesse ao público: “O ato de resistir é um exercício de lucidez, o mínimo de dignidade que ainda nos resta”.

Othon Bastos continua sendo um artista que lembra ao Brasil que a arte é exercício de consciência.

 

LITERATURA

Natalia Timerman relança DESTERROS em nova edição da Editora Todavia.

Um livro curto, cortante, desses que incomodam mais pelo silêncio do que pela verborragia. A autora, médica psiquiatra, não escreve como quem fantasia: escreve como quem passou noites em plantão, escutando e se debruçando sobre os pacientes, tentando vencer o cansaço. E, de repente, o íntimo vira literatura. E das grandes!

É um realismo sem maquiagem, marcado sobre a mais profunda reflexão do que é o ser humano. Timerman, com sua prosa seca entrega ao leitor sua experiência nua.

A reedição não é gesto editorial qualquer. É um lembrete: o Brasil contemporâneo, atolado em negacionismos e grotescas celebrações da ignorância, precisa de livros que não deixem a dor virar espetáculo kitsch. Desterros devolve o luto à sua dimensão real: desconfortável, humana, necessária.

Ler Desterros é um ato quase clínico: a autora nos observa, nos ausculta, e nos dá o diagnóstico. Não há cura para a perda, só o trabalho de suportá-la. Com Natalia Timerman a literatura ainda pode ser cirúrgica, ferir sem pedir desculpas.

 

CINEMA

A VIDA DE CHUCK

Um réquiem pop para a mortalidade

O cineasta Mike Flanagan trata Stephen King como um velho parceiro de dobradinha (lembram de Doctor Sleep?). Em um filme pronto desde o ano passado e que fez barulho no último festival de Toronto, ainda em 2024. Flanagan adaptou The Life of Chuck, uma história menos de terror e mais existencial. A vida de Chuck entra em cartaz neste início de setembro.

O resultado é uma deliciosa elegia sentimental sobre o fim do mundo e o fim de um homem. Não há monstros, a não ser a banalidade da vida e nisso, talvez, esteja a genialidade desta obra.

O filme começa com o mundo desabando em ruínas: a eletricidade some, placas tectônicas se agitam, a internet colapsa. E em meio à catástrofe, letreiros luminosos anunciam, com patético entusiasmo publicitário: “39 great years! Thanks, Chuck!”.

Tom Hiddleston está magnífico como o protagonista, Chuck, que não… não salva o planeta como poderia se esperar de alguém que já foi herói da Marvel. Mas aqui, frente ao inevitável da morte decide… dançar! Uma dança pública, quase um musical, como se Fred Astaire tivesse descido para acompanhar o apocalipse. Eis a contradição: no instante em que o cosmos se apaga, o indivíduo dança. Poético? Sim.

Flanagan divide o filme em três atos, muda proporções de tela e mistura o tempo de forma tão inteligente, que A vida de Chuck acaba fazendo de tudo para nos lembrar que cada vida é um universo. O filme seduz. Não pela filosofia, mas pela doçura quase vergonhosa com que encara o inevitável. Um réquiem pop, embalado em imagens bonitas e atores carismáticos, para que possamos aceitar que a vida acaba e, se possível, que ela acabe dançando.

PSICADEIRO EM O ESTADO DA ARTE DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

No artigo A arte e seus monstros: “o dilema do fã” e o caso de Richard Wagner Andres Santos Jr e José Paulo Fiks analisam o livro Monstros, da jornalista Claire Dederer, que acaba de sair no Brasil.

Aqui Dederer explora a complexa convivência entre o gênio criador e o homem falho — uma experiência encarnada de modo emblemático pelo compositor alemão.

Para ler o artigo completo basta clicar no link abaixo:

https://estadodaarte.estadao.com.br/musica/a-arte-e-seus-monstros-o-dilema-do-fa-e-o-caso-de-richard-wagner/